quinta-feira, 30 de junho de 2011

TEORIA CONTIGENCIAL

TEORIA CONTINGENCIAL


  • Matheus Sousa Silva;
  • Carlos Heitor Freitas de Castro Alves;
  • Pedro Henrique Câmara Matos;
  •  Rogério Lima de Queiroz Júnior; 
  • João Lúcio Nobre de Araújo.

1. Resumo


A teoria contigencial fala que tudo nas organizações é relativo e que há uma relação funcional entre o meio externo e as técnicas administrativas das empresas.  Em suma, a Teoria da contigência procura explicar que não há nada de absoluto nos princípios de organização.

Essa teoria foi estudada por vários teóricos, onde cada um deles expôs suas ideias e contribuiram de alguma forma para a formulação desta teoria. Entre os autores estão: Alfred Chandler com o estudo da estratégia e da estruturação da organização; Burns e Stalker com os modelos mecanicista e orgânico para as organizações; Lawrence e Lorsch que, juntos, introduziram o conceito de diferenciação e integralização dentro das empresas e Joan Woodward que elaborou uma divisão da produção, consistindo na produção unitária, mecanizada e automatizada.

Informa a importância do ambiente, que é tudo que acontece externamente, e da tecnologia, que  pode influenciar a realização das atividades da organização garantido a realização dos seus objetivos. Assim, a tecnologia pode ser compreendida como uma variável ambiental – influenciando a organização no sentido de fora para dentro, e como uma variável organizacional – influenciando a organização como se fora um recurso próprio e interno influenciando os demais recursos.

2. Introdução


Mostrar uma visão contingencial e relativista das organizações, com seus ambientes e pessoas, mostrando que existem várias maneiras de atuar, organizar e administrar. Além disso, apresentar a influência do ambiente externo e da tecnologia dentro das empresas e como esses fatores podem gerar novas estratégias para as estruturas organizacionais é o foco deste trabalho.

Apresentando estudos de diferentes autores como Burns e Stalker, Alfred Chandler, Lawrence e Lorsch e Joan Woodward que, através de várias pesquisas em diversas empresas, contribuiram para a formação da teoria da contingência e deram base ao conhecimento sobre o tema.

3. Teoria da Contingência


A Teoria da contingência ou Teoria contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contigencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes dentro de uma relação funcional. Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas variáveis independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência de técnincas administrativas. Em vez de uma relação de causa e efeito entre as variáveis do ambiente (independentes) e as variáveis administrativas (dependentes), existe uma relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo "se-então" e pode levar a um alcance eficaz dos objetivos da organização.

A relação funcional entre as variáveis independentes e dependentes não implica que haja uma relação de causa-e-efeito, pois a administração é ativa e não passivamente dependente na prática da administração contingencial. O reconhecimento, diagnóstico e adaptação à situação são certamente importantes, porém, eles não são suficientes. As relações funcionais entre as condições ambientais e as práticas administrativas devem ser constantemente identificadas e especificadas.

3.1. Origem

A Teoria contingencial nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para verificar quais os modelos de estrutura organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias. Essas pesquisas e estudos foram contingentes na medida em que procuravam compreender e explicar o modo pelo qual as empresas funcionavam em diferentes condições. Estas condições variam de acordo com o ambiente ou contexto que as empresas escolheram como seu domínio de operações. Em outras palavras, essas condições são ditadas de acordo com o seu ambiente externo. Essas contingências externas podem ser consideradas como oportunidades ou como restrições que influenciam a estrutura e os processos internos das organizações. Pesquisas foram realizadas na década de 1960 sobre a relação entre modelos de estruturas organizacionais e a eficácia em determinados tipos de indústria. Os resultados surpreenderam, pois indicava que não havia uma forma melhor ou única, e sim que tanto a estrutura quanto o funcionamento das organizações dependiam da relação com o ambiente externo.

3.2. Principais Autores
3.2.1. Alfred Chandler  



                                                                                                       Alfred Chandler
Sua pesquisa sobre a estratégia e estrutura organizacional envolve o processo histórico das grandes empresas Du Pont, General Motors, Sears e Standard Oil. A  conclusão de Chandler é de que, na historia industrial dos últimos cem anos, a estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi sendo gradativamente determinada pela sua estratégia mercadológica. A estrutura organizacional corresponde ao desenho da organização, isto é, à forma organizacional que ela assumiu para integrar seus recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano global de alocação dos recursos para atender a uma demanda do ambiente. As organizações passaram por um processo histórico envolvendo quatro fases iniciais distintas:

1) acumulação de recursos: nesta fase as empresas preferiram ampliar suas instalações de produção a organizar uma rede de distribuição. A preocupação com matérias-primas favoreceu o crescimento dos órgãos de compra e aquisição de empresas fornecedoras que detinham o mercado de matéria-prima.
 Daí o controle por integração vertical que permitiu o aparecimento da economia em escala

2) racionalização do uso de recursos: as empresas verticalmente integradas tornaram-se grandes e precisavam ser organizadas, pois acumularam mais recursos do que era necessário. Os custos precisavam ser contidos por meio da criação de uma estrutura funcional os lucros dependiam da racionalização da empresa e sua estrutura deveria ser adequada às oscilações do mercado. Para reduzir os risco das flutuações do mercado as empresas se preocuparam com o planejamento, organização, e coordenação.

3) continuação do crescimento: a reorganização geral das empresas na segunda fase possibilitou um aumento da eficiência, fazendo a diferença de custo entre as varias empresas diminuírem. Daí a decisão para a diversificação e a procura de novos produtos e novos mercados.

4) racionalização do uso dos recursos em expansão: a ênfase reside na estratégia mercadológica para abranger novas linhas de produtos e novos mercados. Os canais de autoridade e de comunicação da estrutura funcional, inadequados para responder a complexidade crescente de produtos e operações, levaram à nova estrutura divisional departamentalizada. Cada linha principal de produtos passou a ser administrada por uma divisão autônoma e integrada que envolvia todas as funções de staff necessárias. Daí a necessidade de racionalizar a aplicação dos recursos em expansão, a preocupação crescente com o planejamento em longo prazo, a administração voltada para objetivos e a avaliação do desempenho de cada divisão.

Conclusão: Diferentes ambientes levam as empresas a adotar diferentes estratégias, que exigem diferentes estruturas organizacionais.

3.2.2 Burns e Stalker

Os autores classificaram as organizações em dois tipos: Organizações Mecanísticas e Orgânicas. A tabela seguinte mostra as prinípais dinstições entre as organizaçoes citadas.

CARACTERÍSTICAS
SISTEMAS MECÂNICOS
SISTEMAS ORGÂNICOS
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Burocrática, permanente, rígida e definitiva.
Flexivel, mutável, adaptativa e transitória.
AUTORIDADE
Baseada na hierarquia e no comando.
Baseada no conhecimento e na consuta.
DESENHO DE CARGOS E DE TAREFAS
Definitivo. Cargos estáveis e definitivos. Ocupantes especialistas e univalentes.
Provisório. Cargos mutáveis, redefinidos constantemente. Ocupantes polivalentes.
PROCESSOS DECISORIAL
Decisões centralizadas na cúpula da organização.
Desisões descentralizadas ad hoc(aqui e agora).
COMUNICAÇÕES
Quase sempre verticais.
Quase sempre horizontais.
CONFIABILIDADE COLOCADA SOBRE
As regras e regulamentos formalizados por escrito e impostos pela empresa.
As pessoas e as comunicações informais entre as pessoas.
PRINCÍPOPIS PREDOMINANTES
Princípios gerias da Teoria Clássica.
Aspectos democrásticos da Teoria Relações Humanas.
AMBIENTE
Estável e permanente.
Instável e dinâmico.
Características dos sistemas mecânicos e orgânicos(livro Chiavenato, pág. 791)

3.2.3 Lawrence e Lorsch

Concluíram que os problemas básicos das organizações são a diferenciação e a integração.
 Diferenciar consiste em organizar a empresa em departamentos, considerados subsistemas, onde cada um deles ficará encarregado de uma tarefa específica  com base em um contexto ambiental também especializado.
P.R Lawrence
Integralizar é o oposto de diferenciar, ou seja,  é o processo de convergência entre os departamentos, ocorrendo quando a organização precisa alcançar unidades de esforço e coordenação entre os diversos subsistemas.
              
“À medida que os sistemas crescem de tamanho, diferenciam-se em partes e o funcionamento dessas partes separadas tem de ser integrado para que o sistema inteiro seja viável.” (Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch, As Empresas e o Ambiente: Diferenciação e Integração Administrativas, cit., p.24.)
J.W. Lorsch




3.2.4 Joan Woodward

Woodward dividiu as organizações baseada no tipo de produção da empresa.

Joan Woodward
1. Produção unitária ou oficina – a produção é feita por unidades ou pequenas quantidades, cada produto a seu tempo sendo modificado à medida que é feito. O processo produtivo é menos padronizado e menos automatizado. É o caso da produção de navios, geradores e motores de grande porte, aviões comerciais, locomotivas e confecções sob medida.

2. Produção em massa ou mecanizada – a produção é feita em grande quantidade. Os operários trabalham em linha de montagem ou operando máquinas que podem desempenhar uma ou mais operações sobre o produto. É o caso da produção que requer máquinas operadas pelo homem e linhas de produção ou montagem padronizadas, como as empresas montadoras de automóveis.

3.  Produção em processo ou automatizada – produção em processamento contínuo em que um ou poucos operários monitorizam um processo total ou parcialmente automático de produção. A participação humana é mínima. É o caso do processo de produção empregado nas refinarias de petróleo, produção química ou petroquímica, siderúrgica, etc.

Woodward verificou que a tecnologia extrapola a produção e influencia toda a organização empresarial.



3.3. Ambiente e Tecnologia

3.3.1. Ambiente


Ambiente é tudo que ocorre na parte externa e influencia na parte interna das organizações.
O ambiente geral e o ambiente de tarefa (Chiavenato  página 802)
O ambiente pode ser homogêneo e heterogêneo de acordo com a estrutura. É homogêneo quando há pouca mistura de mercado e heterogêneo quando há múltiplos diferenciamento de mercados.
Ele possui dois segmentos: o ambiente geral e o ambiente de tarefas. O ambiente geral é o macroambiente que influencia direto ou indiretamente todas as organizações e é constituído por as seguintes condições:

Condições tecnológicas: as empresas devem acompanhar o desenvolvimento tecnológico e as inovações que ocorrem e afetam na competitividade.

Condições políticas: são as decisões e definições tomadas em nível federal,estadual e municipal que influenciam as organizações e que orientam as próprias condições econômicas.

Condições econômicas: diz respeito ao desenvolvimento econômico ou a retração econômica que influenciam as organizações, como: a inflação, a balança de pagamento do país, a distribuição de renda interna e etc.

Condições demográficas: são alguns aspectos , por exemplo, população, raça, religião, sexo, taxa de crescimento e idade que influenciam no mercado atual e futuro das empresas.

Condições ecológicas: é quando as organizações são afetadas com problemas de ecologia social, como: poluição clima e transportes, comunicações e etc.

Condições culturais: é a cultura influenciando na relação organização-consumidor.

Condições legais: são as condições de legislação que influenciam as empresas como os elementos normativos de caráter comercial, trabalhista, fiscal e civil

Enquanto o ambiente geral é genérico e comum para todas as organizações, cada uma delas tem o seu ambiente particular: o ambiente de tarefa.

Ambiente de tarefa: É o ambiente de operações de cada organização, é constituído por:

Fornecedores de entrada: são os fornecedores de todos os tipos de recursos que uma empresa necessita para suas operações.(Recursos matérias,  financeiros e humanos)

Clientes ou usuários: são os consumidores das saídas das organizações.

Concorrentes: Cada organização disputa tanto os recursos de entrada como os recursos de saída.

Entidades reguladoras:  são as entidades que regulam e fiscalizam as atividades das organizações, por exemplo, órgãos regulamentadores do governo.
.

3.3.2 Tecnologia

Thompson em sua tipologia assinala que “a tecnologia é uma importante variável para compreensão para as ações das empresas”.

Em sua tipologia existem três tipos de tecnologias:

Tecnologia de elos em sequência: é baseado na interdependência serial das tarefas necessárias para completar um produto, ou seja, uma operação depende da outra. É o caso da linha de montagem.

Tecnologia mediadora: é baseada em que diferentes tarefas padronizadas são distribuídas extensivamente em diferentes locais; ênfase em clientes separados, mas interdependentes, que são mediados pela empresa. Possui tecnologia fixa e estável.

Tecnologia intensiva: as tarefas são focalizadas sobre cada cliente individualmente, ou seja, possui grande ênfase no cliente. A tecnologia é flexível. Por exemplo, um hospital.

3.3.3 Os impactos da tecnologia

A tecnologia assim como o ambiente tem a propriedade de influenciar na estrutura organizacional das empresas. É através da tecnologia que, normalmente, as empresas conseguem avaliar a eficiência.

4. Conclusão.

É perceptível a utilização da Teoria Contingencial para a estruturação de grande parte das empresas atuais, pelo fato de que o mercado exige uma maior compreensão e  interação com o meio, no intuito de melhor administrar sua empresa.

Através dessa teoria as empresas buscam adaptar-se ao contexto em que a organização está inserida, agindo da melhor maneira, de acordo com as circunstâncias ambientais a ela dispostas. Outro fator de grande influência na estrutura organizacional é a tecnologia que, através de máquinas e outros equipamentos determina a forma de conduzir uma empresa.

Com tudo isso, podemos destacar a relevância da teoria contigencial não só nas organizações, mas também em outros ramos da sociedade, como: educação, segurança e saúde.

5. Bibliografia
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. 5ª edição, 1997.

Um comentário:

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